sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Uma história curta que trata do que realmente é a realidade e mistura fantasia e ficção científica

Brandon Sanderson, famoso por sua série Mistborn, pela coautoria com Robert Jordan nos últimos três volumes da série Roda do Tempo, pelo livro de fantasia Elantris, conta com uma miríade de obras seja na fantasia ou na ficção científica. Muito me admira sua capacidade de criação de sistemas de magia diferentes para cada obra sua e pela qualidade de suas novellas, termo utilizado em inglês para se referir a histórias com tamanho entre um conto e um romance.

Dentre as várias novellas que já li de Sanderson a última foi uma das que mais me impressionou, Perfect State tem uma sinopse na Amazon digna de uma comédia romântica alternativa, mas que proporcionalmente ao seu tamanho impressiona muito o leitor.

Na história, Kairominas é um deus-imperador que conseguiu completar a conquista de todo o seu mundo aos 300 anos de vida, fazendo uso de uma forma de magia denominada Lancing, esse sujeito épico atingiu o inalcançável, restando apenas confrontar um nêmesis a la cientista louco e seus robôs enquanto não está governando. Já no começo da história somos jogados de encontro com uma situação que faz com que pensemos que não tem mais o que acontecer na vida de um sujeito que conquistou o mundo, o mais intrigante é como seu arqui-inimigo controla um exército de robôs futuristas se ele vive em um reino fantástico medieval e depende principalmente de sua magia.

Mas a verdadeira surpresa do livro consiste em Kai ser obrigado por alguma entidade superior a encontrar uma parceira para que possa ter um filho, o que leva o leitor a pensar em quem poderia ter poder sobre ele. A partir daí a história dá uma mudada de foco e explora, mesmo que de maneira simples, um tema muito afeito a ficção científica, principalmente das obras de Philip K. Dick, a percepção da realidade pelo ser humano e se de fato a artificialidade pode ser considerada como algo relevante e real mesmo quando entendemos o quadro geral.

O livro tem cenas de ação incríveis, sacadas que muito bem aproveitam os clichês de ambos os gêneros, personagens que, mesmo sendo poucos, são cativantes, um outro sistema de "magia" (Sanderson e seus sistemas atacam novamente), e uma reviravolta que, mesmo acontecendo logo no começo se mantém pelo livro e dá todo um novo gosto e carrega tudo de reflexão e empatia, nos fazendo pensar: por que não?

Obviamente não vou contar qual é essa surpresa pra não estragar a história, mas fica aqui um trecho do livro no site do mito Sanderson: http://brandonsanderson.com/perfect-state/.

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