segunda-feira, 9 de novembro de 2015

"Histórias são a única coisa pela qual vale a pena morrer!"

O Inescrito, HQ do selo Vertigo da DC, criada por Mike Carey e desenhada por Peter Gross, começa como uma história sobre fama com um protagonista que mais parece um Christopher Robin se este na verdade tivesse inspirado seu pai a escrever Harry Potter.

A história tem uma abordagem e um enredo muito confusos a princípio, já que o leitor não consegue entender ao certo o que está acontecendo, apenas lhe são sugeridos certos elementos. Contudo, já fica claro que o principal tema da série é a influência da ficção sobre a realidade e vice-versa, bem como o poder da ficção e sua importância na história e psicologia humanas a partir do conceito de um imaginário coletivo.





Para explorar tais questões, Tom Taylor, o personagem principal, parte em uma jornada na tentativa de descobrir os segredos de seu pai Wilson Taylor, gênio literário e que cativou milhões de leitores em todo o mundo com as histórias do jovem mágico Tommy Taylor. Evidente, logo no primeiro volume, que não se trata de uma simples referência a a Harry Potter, mas um tour por diversos clássicos literários, seja com participação direta de personagens de tais histórias ou visitas de Tom à lugares onde as obras foram escritas ou então a simples menção das mesmas pelo personagem que muito entende do assunto.
A história, a priori misteriosa e construída de forma gradual, toma uma forma muito complexa e recheada de personagens interessantes e carismáticos com o tempo, com Tom entendendo o destino que seu pai lhe preparara e a verdadeira razão pela qual ele escreveu seu best-seller internacional.

Mesmo que não seja possível entender todas as referências e citações literárias, a história por si só já vele muito a pena, com abordagens diferentes no seu transcorrer, da aventura e mistério ao terror e ao gênero épico.






A aventura atravessa o mundo, envolve incursões em histórias famosas, embates psicológicos e duelos fictícios dramáticos, utilizando muito bem a mídia das HQs como um modo de retratar a literatura como ferramenta de construção da história do ser humano, onde aquilo que é tomado por simples ficção reflete todos os anseios e experiências de um povo.




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