terça-feira, 29 de julho de 2014

Resenha: O Cavaleiro dos Sete Reinos

Título: O Cavaleiro dos Sete Reinos

Autor: George R. R. Martin

Publicação original: 1998, 2003 e 2010

Número de páginas: 413

Editora no Brasil: Leya (2014)

ISBN: 978-85-8044-973-0


 Publicado originalmente na forma de três “novellas” (The Hedge Knight, The Sworn Sword e The Mystery Knight), O Cavaleiro dos Sete Reinos está inserido no universo ficcional das Crônicas de Gelo e Fogo e conta as aventuras do cavaleiro andante Dunk e seu escudeiro Egg em três diferentes aventuras.

Diferentemente dos livros de sua renomada série, Martin aborda a história do ponto de vista de apenas um personagem, Dunk, mesmo que suas aventuras estejam envoltas da brutalidade e das intrigas que são a essência do mundo criado pelo escritor. No início da primeira história “O Cavaleiro Andante”, somos apresentados à Dunk, escudeiro do cavaleiro andante Sor Arlan de Centarbor. Martin inicia a história do jeito como melhor sabe, com a morte de um personagem que influenciou relevantemente os protagonistas da história que conta. É com a morte de Sor Arlan na estrada que Dunk toma as armas de seu mentor e continuar a jornada do finado em direção a Campina de Vaufreixo para competir em um torneio em busca de glória e do próprio sustento.

No caminho Dunk considera suas opções no torneio que se aproxima, uma vez que nunca enfrentou outros cavaleiros e teme pela insuficiência de sua técnica, contando apenas com seu tamanho e força, a tal ponto de se intitular Sor Duncan, o Alto. É em seu trajeto que ele conhece Egg, que aparenta ser nada mais do que um órfão de cabeça raspada, muito perspicaz e ousado para sua idade, a quem Dunk nomeia seu escudeiro, enxergando nele um reflexo de seu passado desesperançoso antes que Sor Arlan lhe tirasse de uma vida miserável na Baixada das Pulgas de Porto Real.

No decorrer desta e das outras histórias apresentadas no livro (A Espada Juramentada e O Cavaleiro Misterioso), vemos a progressão do relacionamento de Dunk e Egg, enquanto viajam por Westeros, conhecendo personagens de grande importância para a história dos sete reinos, participando de eventos citados nas Crônicas de Gelo e Fogo ou que tiveram grande relevância histórica (as aventuras da dupla se passam cerca de 90 anos antes dos eventos do primeiro livro da série), ou até mesmo de disputas entre pequenos senhores de terras, que são praticamente irrelevantes diante do caráter épico da série-mãe. 

Ao final do livro o leitor já está apegado aos protagonistas, que já possuem a bem elaborada dinâmica típica dos personagens de Martin, com suas personalidades complexas e o peso de suas atitudes e erros guiando-os por seus caminhos simples até que tropecem em algo grandioso e mostrem seu verdadeiro potencial.

Vale ressaltar ainda que a obra apresenta um passo mais veloz em comparação aos dois últimos livros das Crônicas de Gelo e Fogo, uma vez que a estrutura utilizada requer uma aceleração dos acontecimentos, mas que não prejudica em nada a boa escrita do autor. Aqueles que buscarem um bom complemento à aclamada série encontrarão o que buscam no Cavaleiro dos Sete Reinos, sejam intrigas e conspirações, julgamentos por combate, nobres arrogantes e a morte de muitos personagens interessantes!

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