Autor:
George R. R. Martin
Publicação
original: 1998, 2003 e 2010
Número
de páginas: 413
Editora
no Brasil: Leya (2014)
ISBN:
978-85-8044-973-0
Publicado originalmente na forma de três “novellas” (The Hedge
Knight, The Sworn Sword e The Mystery Knight), O Cavaleiro dos Sete
Reinos está inserido no universo ficcional das Crônicas de Gelo e
Fogo e conta as aventuras do cavaleiro andante Dunk e seu escudeiro
Egg em três diferentes aventuras.
Diferentemente dos livros de sua renomada série, Martin aborda a
história do ponto de vista de apenas um personagem, Dunk, mesmo que
suas aventuras estejam envoltas da brutalidade e das intrigas que são
a essência do mundo criado pelo escritor. No início da primeira
história “O Cavaleiro Andante”, somos apresentados à Dunk,
escudeiro do cavaleiro andante Sor Arlan de Centarbor. Martin inicia
a história do jeito como melhor sabe, com a morte de um personagem
que influenciou relevantemente os protagonistas da história que
conta. É com a morte de Sor Arlan na estrada que Dunk toma as armas
de seu mentor e continuar a jornada do finado em direção a Campina
de Vaufreixo para competir em um torneio em busca de glória e do
próprio sustento.
No caminho Dunk considera suas opções
no torneio que se aproxima, uma vez que nunca enfrentou outros cavaleiros e
teme pela insuficiência de sua técnica, contando apenas com seu tamanho e
força, a tal ponto de se intitular Sor Duncan, o Alto. É em seu trajeto que ele
conhece Egg, que aparenta ser nada mais do que um órfão de cabeça
raspada, muito perspicaz e ousado para sua idade, a quem Dunk nomeia seu
escudeiro, enxergando nele um reflexo de seu passado desesperançoso antes que
Sor Arlan lhe tirasse de uma vida miserável na Baixada das Pulgas de Porto
Real.
No decorrer desta e das outras
histórias apresentadas no livro (A Espada Juramentada e O Cavaleiro
Misterioso), vemos a progressão do relacionamento de Dunk e Egg, enquanto
viajam por Westeros, conhecendo personagens de grande importância para a
história dos sete reinos, participando de eventos citados nas Crônicas de Gelo
e Fogo ou que tiveram grande relevância histórica (as aventuras da
dupla se passam cerca de 90 anos antes dos eventos do primeiro livro da série),
ou até mesmo de disputas entre pequenos senhores de terras, que são
praticamente irrelevantes diante do caráter épico da série-mãe.
Ao final do livro o leitor já está apegado aos protagonistas, que
já possuem a bem elaborada dinâmica típica dos personagens de
Martin, com suas personalidades complexas e o peso de suas atitudes e
erros guiando-os por seus caminhos simples até que tropecem em algo
grandioso e mostrem seu verdadeiro potencial.
Vale ressaltar ainda que a obra apresenta um passo mais veloz em
comparação aos dois últimos livros das Crônicas de Gelo e Fogo,
uma vez que a estrutura utilizada requer uma aceleração dos
acontecimentos, mas que não prejudica em nada a boa escrita do
autor. Aqueles que buscarem um bom complemento à aclamada série
encontrarão o que buscam no Cavaleiro dos Sete Reinos, sejam
intrigas e conspirações, julgamentos por combate, nobres arrogantes
e a morte de muitos personagens interessantes!
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