domingo, 25 de outubro de 2015

O Espadachim de Carvão

                                               

Com a tomada de fôlego que a fantasia teve alguns anos atrás, principalmente com a adaptação televisiva de uma certa série de livros famosa, muitas editoras começaram a publicar clássicos da fantasia, relançar outros que já estavam esgotados e também trazer ao conhecimento do público livros recentes do gênero que tem feito muito sucesso. O lado bom para o mercado nacional foi o renovado interesse dos leitores no gênero, de tal forma que muitos autores nacionais tiveram suas obras reconhecidas.

Affonso Solano, já conhecido na internet pelo podcast Matando Robôs Gigantes (MRG), lançou em 2013 o livro O Espadachim de Carvão e, em 2015, a continuação O Espadachim de Carvão: As Pontes de Puzur. A saga de Adapak, protagonista da série, resgata o estilo do Sword and Sorcery, no qual o foco é em aventuras mais pessoas, sem todo um escopo épico voltado para salvar o mundo todo da destruição, ou ainda sem dar muita ênfase à tramoias e questões políticas, não que elementos estejam de todo dissociados do subgênero.
Nos livros de Solano, Adapak foge um pouco do esterótipo do herói do Sword and Sorcery, que geralmente se caracteriza como um anti-herói, seguidor de um código de honra longe do cavaleiro bom samaritano. Adapak é um guerreiro extremamente habilidoso que fora dos combates tem a ingenuidade de uma criança, sofrendo muito no começo de suas aventuras para entender o mundo em que vive e, posteriormente, para se encaixar nele, já que passou grande parte de sua vida isolado e teve como referência de heroísmo os livros narrando as aventuras de Tamtul e Magano.



A história do espadachim é muito bem contada, sendo que no primeiro livro o autor usa do recurso in media res para já prender a atenção do leitor e mostrar a qualidade das cenas de ação da obra, bem como as habilidades do protagonista. Alternando os capítulos entre o presente e flashbacks, podemos entender bem o crescimento de Adapak e a construção de mundo da obra, que inova ao se distanciar de lugares comuns à fantasia e clichês cansativos. 



O desenvolvimento do personagem, atrelado à história criativa e com passo rápido é de grande qualidade, pavimentando caminho para uma ótima conexão entre os volumes em O Espadachim de Carvão: As Pontes de Puzur, onde a alternação de capítulos abre espaço para uma história paralela, a qual é dada mais ênfase, o que apenas garante mais vida à história e relaciona muito bem os personagens introduzidos com o mundo construído no primeiro volume e o próprio Adapak.

Enfim, vale a pena a leitura e o incentivo a esta obra nacional.

Link para o site do autor: http://espadachimdecarvao.com/

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