Tomando um rumo bem diferente daquele ditado pela trilogia da Fundação, Asimov deu um novo gás à série nos anos 80 depois de incessantes pedidos dos fãs. Quase 30 anos haviam se passado desde o último romance da Fundação, e não é surpreendente que a série tenha mudado um pouco de rumo.
As duas sequências da Fundação ("Os Limites da Fundação" e "Fundação e Terra") tratam de apenas uma história, de forma bem diversa daquela dos romances iniciais (que descreviam várias histórias, em épocas diferentes). Os dois livros contam a história de dois membros da Fundação que saem em busca do planeta no qual se originou a vida humana, a Terra.
Esta é a premissa do livro e ela é fascinante.
É incrível, senão melancólico, imaginar uma sociedade tão avançada, que já desenvolveu a viagem hiperespacial, se esquecer de seu passado. Como se um planeta fosse algo comum, facilmente substituível pelos bilhões de outros mundo da galáxia. Pode-se dizer que o Bom-Doutor buscou demonstrar a insignificância de nosso mundo, sendo algo que pode ser esquecido pelas areias do tempo. Como diria Carl Sagan, a Terra seria apenas um "pálido ponto azul, flutuando na imensidão do espaço".
Golan Trevize e Janov Pelorat são dois personagens que não atraem de forma alguma o carisma do leitor. Mas esta não parece nunca ser a intenção de Asimov, que sempre se preocupou mais com contar uma boa história do que atrair o interesse do leitor por personagens em específico.
As sequências de Fundação trazem elementos antes ausentes na série, como ação e sexo, mas não se pode dizer que o autor buscou de forma apelativa atrair interesse para sua série, já que estes são elementos pouco enfatizados pelo autor, que sempre primou pela discussão aberta de conceitos complexos. Nesta sequência, a principal discussão é aquela da individualidade x coletividade, mas de uma forma bem anormal (Gaia que o diga)
Bem, estas sequências não focam no Plano Seldon, mas sim na exploração da galáxia à la Star Trek, e nisto o livro é exitoso, surpreendendo por cada planeta explorado. Cada mundo visitado traz uma nova surpresa, seja biológica, robótica (vale lembrar que o autor buscou unir a série dos Robôs à esta. ou cultural).
Por fim, lembre-se que Limites da Fundação recebeu o prêmio máximo da ficção científica, o Hugo, em 1982, como melhor romance, o que por si só já deve ser suficiente para o leitor iniciar esta exploração galática.
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